Apresentação por Elena de trabalho sobre «literatura de favela» - socialmente à margem.
Talvez também pudesse chamar-se literatura-dos-mais-desfavorecidos.
E fica a questão: por que carga de água precisam os mais desfavorecidos de literatura?
Tanto Carolina Maria de Jesus como Paulo Lins representam um Brasil (ou melhor, não prepresentam, são) pouco representado em muitos outros produtos culturais: as telenovelas, nomeadamente, o mais visível de todos. Mas também na política, na classe média etc.
A literatura tem cor? Ou género? Tem alguma importância quem escreve?
Implícita aqui a polémica, nos EUA, entre quem diz «Black lives matter» e a resposta «All lives matter». A internet está cheia de bons textos para alimentar a nossa reflexão. Um aqui.
Lembro a polémica quando um Presidente bem intencionado, questionado sobre as grandes dificuldades económicas de muitas famílias, disse que ele próprio sentia a crise no bolso e tinha algumas dificuldades. Sim, é verdade.
Por exemplo, se um indivíduo que só tem 20 euros perde os 20 euros e um outro que tem 100 perde 20 euros, é verdade que ambos perderam 20 euros. Mas um perdeu mais, talvez - embora tenha perdido exactamente o mesmo.
Não importa de que grupo étnico somos, e ninguém deve ser vítima de preconceito. Certo. Mas alguém é vítima de preconceito com mais frequência.
Lembro num romance policial de Robert B. Parker que o narrador, derrotado num combate de boxe por um pugilista melhor, resmunga: «Se tivéssemos lutado com outras regras [as da rua] eu era capaz de te ter vencido.» Responde o outro, calmamente: «Maybe. But that's not the point, is it?»
Todas as vidas têm o mesmo valor - devem ter o mesmo valor. A sociedade deve ser cega à cor do cidadão, todos temos os mesmos direitos etc. But that's not the pojt here, is it?
Talvez também pudesse chamar-se literatura-dos-mais-desfavorecidos.
E fica a questão: por que carga de água precisam os mais desfavorecidos de literatura?
Tanto Carolina Maria de Jesus como Paulo Lins representam um Brasil (ou melhor, não prepresentam, são) pouco representado em muitos outros produtos culturais: as telenovelas, nomeadamente, o mais visível de todos. Mas também na política, na classe média etc.
A literatura tem cor? Ou género? Tem alguma importância quem escreve?
Implícita aqui a polémica, nos EUA, entre quem diz «Black lives matter» e a resposta «All lives matter». A internet está cheia de bons textos para alimentar a nossa reflexão. Um aqui.
Lembro a polémica quando um Presidente bem intencionado, questionado sobre as grandes dificuldades económicas de muitas famílias, disse que ele próprio sentia a crise no bolso e tinha algumas dificuldades. Sim, é verdade.
Por exemplo, se um indivíduo que só tem 20 euros perde os 20 euros e um outro que tem 100 perde 20 euros, é verdade que ambos perderam 20 euros. Mas um perdeu mais, talvez - embora tenha perdido exactamente o mesmo.
Não importa de que grupo étnico somos, e ninguém deve ser vítima de preconceito. Certo. Mas alguém é vítima de preconceito com mais frequência.
Lembro num romance policial de Robert B. Parker que o narrador, derrotado num combate de boxe por um pugilista melhor, resmunga: «Se tivéssemos lutado com outras regras [as da rua] eu era capaz de te ter vencido.» Responde o outro, calmamente: «Maybe. But that's not the point, is it?»
Todas as vidas têm o mesmo valor - devem ter o mesmo valor. A sociedade deve ser cega à cor do cidadão, todos temos os mesmos direitos etc. But that's not the pojt here, is it?

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